terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mais um Natal. Mais um ano que chega ao fim. Apenas passa um dia, mas é como se tudo mudasse e nos enchemos de esperanças, realmente acreditando que amanhã vai ser diferente.
Com todo o respeito: continuo acreditando em Papai Noel e tenho certeza de que ele já leu minha cartinha.
"Meu querido Papai Noel, não sei se você se lembra de mim. Sou aquela menininha de maria-chiquinha que tirou uma foto com você na loja "Guanabara" em 1971. Cresci um pouquinho e, por isto, estou um pouco diferente. Mas se você se esforçar, Papai Noel, você me encontrará no meu olhar. Sabe, Papai Noel, todos os anos eu te mando uma cartinha, cheia de desejos para o Natal. Sei que nem sempre é possível para você, tão velhinho, atender a todos os pedidos, de todas as crianças, mas estou confiante. Este ano me comportei muito bem. Não vou me esquecer de deixar meus sapatinhos debaixo da árvore, está bom? Meu coração já está batendo forte, esperando pela noite de NATAL. Um grande abraço recheado de beijinhos. Ass: a menininha que mora em mim." 

MOTIVO


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Cecília Meireles

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A Profanação do Solo Sagrado

Para mim, este foi e será, para sempre, um solo Sagrado. Foi nele que caminhei nos primeiros anos; nele conheci algumas das pessoas mais importantes da minha vida. Cada centímetro deste solo está impregnado pela energia daqueles que o fizeram, realmente Sagrado. O saber, o conhecer, o confiar. Ainda que por ele, hoje, andem aqueles que não fazem parte de sua verdadeira essência, sei que ele está guardado e cuidado. As bocas vem e vão. As idéias passam, sendo substituídas a cada momento. Alguns se julgam no direito de profaná-lo com  palavras carregadas de preconceito, atitudes regadas pela mediocridade, pela falta de compaixão. Quanto à estes, nos resta a pena, pois carregam a ignorância sobre o solo do conhecimento. Mas sei que outros o amam e se alimentam de sua essência. Abrem suas mentes e o sentem como algo maior, muito além das pequenas idéias que, por vezes o dominam. Ontem, sei que ele se orgulhou por alguns e sentiu-se envergonhado por outros. Mas este solo sabe a diferença entre pena e compaixão. Por isso ele se mantém Sagrado.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
 
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.

Fernando Pessoa, 1934

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

"Cuori" em sépia, coração em cores...





Hoje eu voltei à infância. Não à minha, mas à infância de meus pais e avós. Estive por lá, caminhando pelas ruas, cheias de crianças correndo, jogando bola, pega-pega, amarelinha... O mais estranho é que tudo estava em sépia! Olhava para as casas, janelas floridas, um bonde passando, normalistas de uniforme e livros nas mãos. Tudo em sépia. Foi inevitável imaginar seus sonhos de criança, pois a inocência pairava no ar. Aquele ar em sépia, imune ao mundo moderno, do trânsito irritante, da poluição, do stress. O mundo de hoje, cheio de cores, que mais cedo que pensamos, se transformará no mundo em sépia dos meus filhos, ou netos...
Deixe-me olhar os Ipês floridos da minha terra, no topo do meu mundo. Mar de montanhas, cobertas de ferro, carregadas de história e tradições. Contraste do vermelho-laranja da terra, com o azul profundo do céu e com as flores, voando no ar, cobrindo de tapetes amarelos o chão. Respiro este ar, enquanto as sementes das paineiras fazem sua dança etérea. Imagino meus bisavós aqui chegando, de um mundo tão distante. Os olhos curiosos, os planos e sonhos, hoje tão distantes. Vejo, através do que sinto, o impacto ao vislumbrarem a serra vermelha que nos cerca, definindo os contornos de quem somos. Quero aproveitar cada momento desta viagem ao passado, que aos poucos se colore vivamente, como que com hidrocor.
 








"Oriundi" no sagrado solo das Minas Gerais.

sábado, 28 de agosto de 2010

Meu Anjo de Luz






foto retirada da internet
Um dia, eu vi um anjo...
Suas asas ultrapassavam os limites de seu corpo e ele irradiava luz.
Quando o vi, senti como se uma descarga elétrica passasse pelo meu corpo. 
Naquele momento eu fui, irremediavelmente conquistada . 
Como vivi tanto tempo sem aquele anjo ao meu lado?
Ele estava ali, mas eu não podia vê-lo. Mas sua energia já circulava em mim. Por isto a descarga elétrica...
Seria possível explicar o amor? Quando duas almas que se amam, se encontram, não existe dúvida, não existe medo. Apenas a certeza de que nada poderá separá-las... ainda que fisicamente distantes. 
Vivo assim, observando este anjo, com a certeza do encontro e a paz que somente é sentida quando sabemos quem somos. Eu sei quem sou. Eu sei quem é você. Isto me basta.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O TEMPO E AS BORBOLETAS

Houve um tempo em que uma menininha corria pela casa e brincava no jardim. Seus grandes olhos faziam descobertas, alimentavam sua alma com as novidades do seu mundo de menina. Minhocas, bonecas, panelinhas... e ela acreditava que "Papai Noel" existia e era ele quem trazia os presentes no Natal.


Houve um tempo em que uma menina espevitada corria pela casa e  brincava no jardim. Andava em muros, subia em árvores, queria "adoçar" o mundo das pessoas e tentou, literalmente fazê-lo, jogando açúcar no ar.


Houve um tempo em que uma mocinha corria pela casa e passeava no jardim. Olhava as borboletas e sonhava com o futuro quando seria ela quem sairia do casulo e se transformaria numa daquelas borboletas coloridas, ao lado de um "príncipe encantado" (sonho de todas as mocinhas do seu tempo).


Houve um tempo em que uma moça risonha e linda, andava pela casa e namorava no jardim... No seu próprio jardim! Corria atrás das suas crianças, plantava flores... margaridas... e admirava as flores do Ipê do seu próprio jardim.


Houve um tempo em que uma mulher cheia de vida, admirava sua casa e seu jardim, com margaridas e rosas... e borboletas no ar. Observava suas "crianças", agora adultas, construindo seus próprios castelos, lhe dando netos que a faziam voltar ao seu tempo de adoçar o mundo, adoçando suas vidas. E sonhava para eles uma vida feliz.


Há um tempo em que aquela menininha, que corria pela casa e brincava no jardim se transformou numa linda velhinha, amorosa e feliz. Ela anda pela casa e observa seu jardim. Já não toma tantas decisões, não precisa se preocupar com o futuro, pois o futuro já é o seu presente. E o meu presente é estar com ela, conviver com ela. Poder abraçá-la, beijá-la ou, simplesmente olhá-la sorrindo. 


Haverá um tempo em que serei eu esta velhinha...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A ANTIQUADA


Fico pensando em como seria bom ter nascido no início do século XX. Ser mãe, dona de casa, dona DA casa, bordar, costurar, cozinhar, amar... Tudo isso perdeu o valor no século XXI. Pior, virou uma chaga proibida, quase uma doença, como se não fosse trabalho o bastante. As mulheres, naquela época, não paravam. Não eram dondocas e viviam atarefadas, tanto quanto hoje. A diferença é que cuidavam do que realmente importa. Hoje vivemos loucamente. Nos importamos com nossos filhos sim, mas de forma estranha. Quais cursos eles devem fazer para se destacarem no mundo? Quanto temos que ganhar para pagar tudo isto? Inglês, espanhol, futebol, natação...  Isto sem contar com nossa "neura" com a violência, com as drogas - lícitas e não lícitas... Acabamos por tocá-los pouco, abraçá-los menos ainda, não temos tempo para brincadeiras. Na maior parte deste tempo há pouca interação entre pais e filhos. Sei que faz parte da realidade atual... são muitas as exigências neste mundo globalizado e temos, necessariamente que  nos integrarmos à ela, sob pena de "ficarmos para trás". Mundo louco que, se não ficarmos atentos, nos afasta do que mais importa: estar e interagir com os que amamos... 

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Mito da Caverna de Platão

Todos os dias, ao acordar, sou sou saudada por três pequenos seres que, dizem, são irracionais. Eles me olham nos olhos, me sinalizam o que querem, brincam comigo, me cheiram, correm pela casa, enchem o dia de luz. São meus companheiros durante todo o tempo que estou em casa. Conheço cada uma das "palavras irracionais" que dizem. Sim, eles dizem. Conversam comigo e com qualquer outra pessoa. Basta ter sensibilidade para ouví-los e entendê-los. Suas atitudes (puro instinto?) me surpreendem todos os dias. Outro dia fechei a porta do quarto, deixando um deles para fora. Ele começou a miar, bater (isto mesmo!) na porta e, como nada disto surtiu o efeito que queria - que a porta fosse aberta - começou a colocar seus brinquedinhos (é, o ser irracional, que age por instinto, tem brinquedinhos) por debaixo da porta. Um canudinho de refrigerante mastigado,  um cotonete meio destruído, um papel de bala. Eu, vendo aquilo, comecei a rir e, claro, abri a porta para ele que, imediatamente veio até mim, me cheirou e se aconchegou em meus pés. Tudo por instinto, Claro! 
Então me lembrei de uma história essencial para se pensar A vida. Filosofia...





O Mito da Caverna de Platão
Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para a frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.
A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.

Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.
Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.
Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.
Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol, e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade. Libertado e conhecedor do mundo, o priosioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.
Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo.
Extraído do livro "Convite à Filosofia" de Marilena Chaui. 

   

Platão ja tinha a teoria do homem das cavernas ,,,,, quem vira para a Luz sai da caverna ,,,, para poucos ,,,






Perguntando sobre como era criar uma obra de arte, Michelângelo respondeu: 
"Dentro da pedra já existe uma obra de arte. Eu apenas tiro o excesso de mármore!.
No interior de cada um há uma linda obra de arte, a mais preciosa do Universo.
Seu grande desafio é retirar o excesso de mármore e completá-la.
Nós mesmos somos os artistas da nossa criação!
A grande realidade é que você é a pessoa que escolhe ser.
Diariamente você decide se continua como é ou se muda seu modo de ser.
"A mais expressiva glória do ser humano é poder participar de sua autocriação"
Estraído do livro "Além do que se Vê"

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Maravilhosa manhã de inverno subtropical. Céu azul, tão profundo que chega a doer... Um ventinho gelado entra pela janela enquanto escrevo. Escuto os sons da rua. Garis varrem os passeios, alguém usa uma furadeira, um carro desce a rua, ao longe, vozes de crianças, alguns latidos... Olho pela janela e vejo que alguns pássaros "batem papo" nos fios elétricos... O cheiro do ar começa a mudar... sinto o aroma dos almoços preparados, temperos, aromas... É.... Hoje eu estou feliz.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A CERIMÔNIA DO CHÁ

Quando meus filhos eram pequenos e eu percebia que havia algo de errado com eles, que estavam muito agitados, agressivos, ou nervosos, ou mesmo quando tinham algum problema na escola, eu tentava, em vão detectar qual razão os estava levando àquele comportamento. Um dia, minha irmã me deu uma idéia iluminada.
"Chame-os em particular para conversarem sobre a vida, acompanhados de um chazinho, sem muitas perguntas, apenas para falar da vida." Foi aí que surgiu a nossa "Cerimônia do Chá". Nas primeiras vezes de cada um, eles ficaram mais calados, ou falando abobrinhas, mas, com o tempo a coisa mudou e eram eles que me sinalizavam: "Mãe, hoje eu estou precisando da cerimônia do chá". E era tudo muito ensaiado, deixávamos que todos fossem se deitar e íamos, às escondidas para a copa, preparávamos o chá, nos assentávamos na mesa e assim, sem se darem conta, iam me contando seus receios, suas dúvidas, raivas, frustrações e medos. Eu também falava das minhas, para que vissem que sou um ser humano. Nos ajudávamos e eles me mostravam qual caminho seguir...
Esse tempo passou, mas ficou a deliciosa lembrança da cumplicidade entre nós. Até hoje, quando vou tomar chá, eu o sinto assim meio sagrado. Merecedor de uma cerimônia...

Tesouros


A vida tem cada uma... Antes de ontem meu carro foi "visitado" pelos "amigos do alheio"... Levaram muitas coisas, na hora fiquei tão brava... Levaram coisas do meu filho e foi isto que mais me chateou. Eram coisas que ele havia comprado com o próprio dinheiro, juntado por mais de um ano... Aí, voltando para casa, ele me disse  "Mãe, acabei de vir de um lugar onde as pessoas tem tão pouco e são felizes..." ............................ Cheguei em casa e a TV à cabo estava com problemas. A internet não estava funcionando... Fiquei brava, xinguei, perdi a paciência! Aí, de repente resolvi pensar e me lembrei do que minha prima/sócia/amiga havia me falado. "Eles só tem o que te roubaram. Você tem mãos que trabalham, criatividade e energia. Esquece isto. Simplesmente aconteceu." 
É isso aí, gente. Simplesmente aconteceu. Tudo isso num só dia. Tudo ligado ao material. Um teste pra saber o que mais importa para mim. "Onde está o seu tesouro, aí está o seu coração".
E o meu tesouro está aqui, ao meu lado. São as pessoas que amo, os gatos e cães que amo, é saber que também sou amada. Meu tesouro está no privilégio de ter minha mãezinha que hoje me olha com olhos de filhinha, no meu papai querido, que me atende no telefone com um "OOOIIII!!!!!" Meu tesouro é tão rico, é tão grande, que não dá para retratar com palavras. E todos vocês fazem parte dele. 
Obrigada, obrigada, obrigada!!!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

GENEROSIDADE

Existe um homem menino em minha vida. Um menino divertido e meigo, que me enche de beijos, abraços, piadas inventadas... Um homem generoso, sedento de conhecimento, cheio de argumentos e sonhos...
Foi numa fria manhã de outono que ele chegou e, desde aquele momento, quando ele respirou pela primeira vez, eu estava lá. Eu sou muito grata. Grata por tê-lo acompanhado na infância, tê-lo amamentado, trocado suas fraldas, cuidado dos seus machucados, com "BAND-AID®", de bichinhos.... ahhhhh, como ele amava bichinhos... tinha (e eu ainda a guardo) uma caixa de pequeninos bois, cavalos, ovelhas, patos, cachorros.... e depois vieram os dinossauros: um, dois, três, dez dinossauros, de todos os tamanhos... e ele os adorava... E eu estava lá. Sempre. Vendo-o transformar-se no amigo de papos intermináveis, brincadeiras malucas, que me fazem, de novo, ser criança... Ele me diverte, ele me acalenta, quando preciso. Ele me entende. E hoje me orgulho por vê-lo distribuindo seu sorriso para aqueles que nada tem. Partilhando sua vida com aqueles que mais precisam. Agindo.
E reagindo ao mundo tão desigual e cruel. Seus valores estão ali, guardados em seu coração. Obrigada meu Deus, por ter sido o instrumento para guiá-lo ao caminho que hoje ele trilha. Menino grande, onde quer que você esteja, por onde quer que ande, conquistando seus sonhos, eu sempre serei a sua mamãe, e sempre estarei a sua espera, para aprender com você, o que é generosidade. Com imenso amor...

Inteligência X Emoção

Ele sempre foi assim. Inteligente demais, esperto demais. Deu muito mais trabalho do que eu, jamais poderia imaginar. Desmontava os brinquedos para ver como eram feitos, desmontava radinhos de pilha, relógios, lanternas, tudo o que caía em suas mãos. Até hoje, escondo os fósforos, o isqueiro, estiletes e coisas importantes e potencialmente apetitosas para seu cérebro, sempre em movimento. Passou por alguns maus pedaços. Foi um tanto rejeitado por seu jeito inquieto... crianças mais inteligentes que os adultos, metem medo!
Venceu, cresceu... O corpo já não é de um menino. As feições, mais adultas do que eu gostaria (passou depressa demais). Passou por algumas experiências difíceis no último ano. Experiências que o fizeram mudar. Muito. E comigo... "Quem sabe se eu não a amasse tanto, Deus não a tiraria de mim tão cedo..." "Se não a amo tanto assim, não sofrerei tanto se perdê-la..." "A vida se esvai num minuto, numa distração! Preciso viver! Aproveitar tudo o que posso! Não sei o que virá amanhã..." E assim, tentando enganar a Deus, ou a si mesmo, vai seguindo a vida, escolhendo carreiras...(será que é a que quer?). E eu, como toda mãe, preciso às vezes puxá-lo para o mundo real, tirá-lo do mundo de "Alice", descalçar-lhe os sapatinhos vermelhos...Outras vezes, apenas observo. Observo, admiro sua beleza, sua inteligência inegável e enxergo, dentro deste homem, meu pequeno e frágil bebê, que sei, no fundo, lá no fundo, daria a vida para voltar para o meu colo, sem saber que eu o carrego todos os dias no meu coração. 
Parabéns pela conquista! Você é muito mais do que pensa ser. 
Com infinito amor...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

"TUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA"

"Quando ele nasceu, eu já o conhecia.
Vindo ao meu encontro na alameda do Coreto.
Eu o reconheci adulto, muito alto, cabelos dourados
e um sorriso que abraçava o mundo...
Sabia que ele era especial, pois irradiava luz.
Me envolveu num abraço protetor e seguimos juntos,
para casa."




segunda-feira, 28 de junho de 2010




Para o Porquê e toda a família canina que veio depois dele; para o Inga e toda a nossa família felina,para o meu filho gato Kim e hoje, em especial para meu amigo Sôchico.


A PONTE DO ARCO-IRIS







Para entrar no Paraíso se atravessa uma ponte chamada Ponte do Arco-Íris.



E do lado de cá desta ponte há o campo do Arco-Íris.







Quando um animal morre, é levado por anjos a este campo. Ali há prados, colinas verdejantes e muito espaço para que eles encontrem muitos outros, e com eles desfrute de paz, tranqüilidade e alegria.

Ali os animais podem correr com seus semelhantes, brincar, sentirem-se felizes.
Há uma total abundancia de alimentos, água fresca, brisas refrescantes, sol e sombra, para que desfrutem de uma vida em tudo feliz.

Os animais que morreram enfermos, ao chegar ao campo do Arco-Íris imediatamente se sentirão saudáveis e fortes, cheios de vigor e energia.
Aqueles que sofreram como tantos aqui voltam a sentir-se felizes, se esquecem de seus sofrimentos e de quem os fez sofrer, e desfrutam saudáveis como aqueles que foram cuidados com carinho e amor.

Todos os animais estão felizes em sua vida, mas alguns, de quando em quando se detêm, olham ao redor, como se buscassem algo ou alguém, pois por uma razão especial lhes é permitido recordar-se daquelas pessoas que verdadeiramente os amaram.

E vivas em suas mentes estão estas pessoas, a lembrança do carinho que receberam do amor, do cuidado, e em suas cabecinhas, para sentir a felicidade completa, somente rever a estes a quem tanto retribuíram em amor traria a alegria final e infinita.
E eles voltam a correr e brincar, sempre sem se esquecer disso.

Mas chega um dia em que repentinamente interrompem seus folguedos.
Farejam o ar, estiram o pescoço, as orelhas rígidas a ouvir algo que ninguém mais poderia perceber.

Fita fixamente o horizonte à distância, seus olhos brilham, sua musculatura se estira, disparam em uma carreira fantástica, praticamente voando sobre o verde prado, suas patas como asas, sua felicidade agora total.

Aquela pessoa que tanto amaram é vista por eles, caminhando em direção à Ponte do Arco-Íris. Aproxima-se se atiram um ao outro, agora para sempre.
O animal salta feliz, abraçado, acariciado outra vez pela pessoa que tanto ama, e que ele sabe que nunca o esqueceu.

E juntos, caminhando felizes, cruzam a Ponte do Arco-Íris, agora juntos para todo o sempre.
Autor desconhecido

sábado, 26 de junho de 2010

(Fotografia:Guia Vegano)
"Jamais creia que os animais sofrem menos do que os humanos.
A dor é a mesma para eles e para nós.
Talvez pior, pois eles não podem ajudar a si mesmos."
- Dr. Louis J. Camuti


Sôchico, Francisco de Assis, Costelinha (de Prata!)



Era uma vez um pequeno ser. Indefeso, abandonado à própria sorte, largado por aí. Ele era tão pequeno e frágil, que parecia sem chances de sobreviver. Tivemos a sorte de tê-lo naquele momento. E ele foi cuidado. Teve seu corpo alimentado, teve sua alma amada. Ele cresceu. Tanto, que era quase inacreditável que fosse o mesmo ser. E cresceu feliz! Seus olhos sempre cheios do brilho da vida. O brilho das almas felizes, que amam e são amadas. Tornou-se um tanto voluntarioso, com pitacos de ciúme, querendo sorver da vida todo o amor que lhe foi oferecido. E retribuiu com cada olhar, cada pulo, cada graveto, chinelo velho, bolinha... trazidos do quintal. Se transformou no "dono da bola", mas nunca deixou de ser criança.
Haja o que houver com você, meu querido amigo, estaremos sempre juntos, unidos pelos laços das almas que se escolhem. E você sempre terá estes olhos, transparentes janelas do seu espírito cheio de luz.
Sua "Dinda" apaixonada.
TODOS NA TORCIDA PARA VOCÊ SE RECUPERAR E VOLTAR A CORRER PELO MATO, BRINCAR COM A ANGELINA E ATAZANAR O JIMMY. DANDO A VOLTA POR CIMA!!!
E ele voou com os anjos...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Conhecimento X Sabedoria

Muitas vezes a vida nos direciona para caminhos difíceis, nos envolvendo num turbilhão de responsabilidades e problemas sem fim. E nós nos deixamos levar pelo dever, ainda que nos custe muito caro.
No blog do Paulo Coelho (que aliás, eu adoro!), li um pequeno texto que fala sobre isto e, mais uma vez, trazendo para minha vida, quis compartilhá-lo com alguém , que me respondeu de forma tocante (ainda que triste).
Posto aqui, o texto do blog do Paulo Coelho e a resposta que recebi.
Para pensar...


Postado por Paulo Coelho em 31 de março de 2010 às 16:15
"Um arqueiro caminhava pelas redondezas de um mosteiro hindu conhecido por sua dureza nos ensinamentos, quando viu os monges no jardim – bebendo e se divertindo.
“Como são cínicos aqueles que buscam o caminho de Deus”, disse o arqueiro em voz alta. “Dizem que a disciplina é importante, e se embriagam às escondidas!”
“Se você disparar cem flechas seguidas, o que acontecerá com o seu arco?”, perguntou o mais velho dos monges.
“Meu arco se quebrará”, respondeu o arqueiro.
“Se alguém se esforça além dos próprios limites, também quebra sua vontade”, disse o monge. “Quem não equilibra trabalho com descanso, perde o entusiasmo, esgota sua energia, e não chega muito longe”.
*
*
*
"Só posso concordar... isto é sabedoria. Gostaria de me embebedar como os monges... isto é deixar a vida, por um tempo, nas mãos de Deus... literalmente, sem querer ter tudo sob controle por todo o tempo. É colocar a semente na terra, adubar e regar periodicamente, mas tendo a sabedoria de que não se pode interferir no desenvolvimento do interior desta mesma semente, pq dentro dela está Deus que age silenciosamente. Não precisa do nosso esgotamento, só do nosso cuidado, que é o nosso papel neste processo. Eu sei que estrapolo meu papel... sei que já passei dos meus limites há muito tempo, não posso tomar para mim todas as responsabilidades que aparecem no meu caminho, a ferro e a fogo. Mas isto é só conhecimento... não é sabedoria, pq se fosse sabedoria, eu me embebedaria também, sem culpa e sem temer a perda do controle. Sabedoria é quando a gente nem precisa pensar para saber qual o caminho tomar.
É isto... uma hora eu chego lá."

quarta-feira, 31 de março de 2010



Recebi este texto, com algumas modificações e me identifiquei de imediato, com ele.
É um texto tocante e quis compartilhá-lo.
Foi atribuído à Cecílio Elias Netto -escritor e jornalista-(adaptado para a minha vida).

Ainda adolescente, lá se foi ele embora,
querendo estudar no Exterior.
Vi-o embarcar, a alma sangrando-me de saudade,
a voz profética de Kalil Gibran em sussurros de consolo:
Vossos filhos não são vossos filhos,
são os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Eles vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Vós sois os arcos dos quais
vossos filhos são arremessados como flechas vivas.'
Foi o que vivi, quando o avião decolou, minha criança a bordo.
A certeza da separação foi dilacerante.
Meu filho fôra buscar a Lua que eu não lhe dera.
E eu precisava conviver com a coerência do que transmitira a ele:
'O lar não é o lugar de se ficar, mas para onde voltar.'
Que os filhos sejam preparados para irem-se,
com a certeza de ter para onde voltar quando o cansaço,
a derrota ou o desânimo inevitáveis lhes machucarem a alma.
Ao ver o avião,
levando-me o filho querido,
o salgado das lágrimas se transformou em doçura
de conforto com Kalil Gibran:
Como mãe, não dando o mundo nem Lua aos filhos,
me senti arqueira e arco,
arremessando a flecha viva em direção ao mistério.