terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mais um Natal. Mais um ano que chega ao fim. Apenas passa um dia, mas é como se tudo mudasse e nos enchemos de esperanças, realmente acreditando que amanhã vai ser diferente.
Com todo o respeito: continuo acreditando em Papai Noel e tenho certeza de que ele já leu minha cartinha.
"Meu querido Papai Noel, não sei se você se lembra de mim. Sou aquela menininha de maria-chiquinha que tirou uma foto com você na loja "Guanabara" em 1971. Cresci um pouquinho e, por isto, estou um pouco diferente. Mas se você se esforçar, Papai Noel, você me encontrará no meu olhar. Sabe, Papai Noel, todos os anos eu te mando uma cartinha, cheia de desejos para o Natal. Sei que nem sempre é possível para você, tão velhinho, atender a todos os pedidos, de todas as crianças, mas estou confiante. Este ano me comportei muito bem. Não vou me esquecer de deixar meus sapatinhos debaixo da árvore, está bom? Meu coração já está batendo forte, esperando pela noite de NATAL. Um grande abraço recheado de beijinhos. Ass: a menininha que mora em mim." 

MOTIVO


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Cecília Meireles