segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Susto!

Não foi o primeiro. Nem o segundo. também não será o último, eu sei... A gente tende a se acostumar. Já nem fica tão assustada ou insegura. E isto é estranho. Muito. Passa a fazer parte da nossa vida, como se fosse normal. Mas não é! E isto nos expõe à verdade. Nos lembra que o tempo passa independente da nossa vontade. À tão pouco tempo eu era criança... Subia nos muros, nas árvores, brincava de "casinha", de pular elástico, amarelinha... Tinha medo do escuro e fazia minha mãe dormir ao meu lado, mal acomodada, segurando na minha mão. Aliás, tinha medo de morrer durante a noite e nunca mais poder ver papai e mamãe. Queria dormir olhando seus rostos, segurando suas mãos. E bastava pedir, para que viessem me acudir. Proteção e segurança absolutas. Depois foi a minha vez de dormir mal acomodada, segurando pequenas mãozinhas assustadas com as sombras da noite. Trocando lençóis molhados às quatro da manhã, contando histórias, cantando músicas de ninar, trazendo "surpresinhas" da rua, para olhinhos ávidos de novidades e carinho. Mas, assim como eu, eles também cresceram. Já não me esperam vestidos de super-heróis, não espalham dezenas de carrinhos ou bichinhos de plástico pelo chão. Não assistem "MULAN" repetidas vezes durante as férias, até que saibam as falas dos personagens ("a gente vai morrer!!!".........). É... Falta muito pouco tempo para que se lancem ao mundo sem a minha supervisão. E só agora eu sei o quão doloroso para os pais é a finalização desta etapa da vida. Na verdade é agora, somente agora, que nos damos conta de que não somos mais crianças, nem adolescentes, pois a infância dos nossos filhos nos mantém na ilusão de que também nós, somos crianças. E agora, tomo posse da minha idade adulta e, com ela, novos temores, antes distantes. Não quero mais me assustar, pai!

Nenhum comentário:

Postar um comentário