quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Almas sem rumo

Estava fazendo muuuito calor. Saí da casa dos meus pais, louca para chegar em casa. Mal cheguei à esquina, me deparei com uma cena grotesca. Seguindo pela rua, vinham uns 20 a 30 meninos de uma escola pública, em bando, gritando, fazendo bagunça. Foi quando percebi que eles corriam atrás de um pequeno e desesperado esquilo que tentava se esconder sob os carros estacionados. Parei o carro no meio da rua, não havia como estacionar, fiquei louca. Um caminhão veio descendo a rua, também parou, fechando o trânsito, mas ali não dava pra ficar e ele logo se foi. Foi aí que um daqueles meninos conseguiu pegar o esquilo e, sem dar tempo para nada, lançou-o debaixo das rodas de um carro que nem sequer parou. Tudo isto se deu em menos de um minuto, mas pareceu uma eternidade. Eu, impotente contra um bando de seres inexplicavelmente frios. Sem alma. Imaginei o desespero do bichinho, que forçado a deixar seu habitat, ocupado por nós, seres humanos, vinha tentando sobreviver entre carros e construções, à mercê do mais temido predador do planeta Terra: nós. Fui embora cheia de raiva, desejando coisas impensáveis contra aquela turba delinqüente. Me igualei a eles, entrei em seu campo vibracional. Eles não eram bandidos, eram... crianças! Isto é assustador. Este é o mundo em que vivemos. Por que tem que ser assim?

“Eu temo pela minha espécie quando penso que Deus é justo”

(Thomas Jefferson)


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